terça-feira, 18 de junho de 2013

O prazer da Videoteca

O sonho de consumo de todo cinéfilo pode ser definido como ter disponibilidade de acesso aos títulos que deseja, a qualquer hora, em qualquer situação, e mais ultimamente em diversos aparelhos e mídias que a constante evolução tecnológica oferece.

Na década de 90, com a disseminação do então revolucionário videocassete, o popular VCR, tornou-se possível a preços razoáveis a estruturação de videotecas pessoais. Os primeiros aparelhos nacionais possuíam controle remoto com fio.... além de tamanho considerável, ocupando inicialmente mais um espaço nas estantes dos aparelhos de som.

As mídias (VHS) tinham tamanho considerável, e possuíam mecanismo similar às fitas cassete: rolo magnético, analógico, com conteúdo em lado único. A qualidade da imagem era considerada boa, e as projeções evoluíram para um formato otimizado – SVHS, cujo sinal de vídeo era transportado por cabo também padrão SVHS, conectados às TVs de tubo. Não houveram outras opções por bom tempo. Mesmo TVs de retroprojeção possuíam qualidade de imagem similar.

Mas voltando às videotecas, o formato VHS reinou absoluto até o início do século XXI, onde ocorreu a disseminação dos DVDs. Mídia digital, fidelidade absoluta ao original, áudio igualmente digital, aproveitando a década de experiência acumulada com os CDs, mídia de tamanho similar também digital.

O efeito sobre as videotecas foi imediato. Cinéfilos se depararam com a grande diferença de qualidade de imagem e som, e o upgrade foi inevitável. Coleções de videocassetes foram sendo progressivamente atualizadas, com os DVDs substituindo os VHS. A vantagem vinha também com o espaço ocupado, onde basicamente dois DVDs cabiam no espaço de um VHS.

A profusão de títulos em VHS rapidamente ampliou a oferta disponível. As empresas nacionais se aliaram às grandes distribuidoras internacionais, e até hoje em dia há títulos até então inéditos por aqui surgindo no mercado distribuidor. Certamente estamos falando de várias dezenas de milhares de títulos disponíveis.

Em termos tecnológicos, os DVDs introduziram conexões digitais entre os aparelhos. Os cabos tipo vídeo componente (três cores, azul, verde e vermelho) faziam o transporte da imagem, e os famosos branco e vermelho (direito e esquerdo) faziam o transporte do som.

Iniciou-se a comercialização das TVs de tela plana. Os cinéfilos rapidamente se mobilizaram para adquirir as caríssimas TVs de plasma, chamadas de HD. Hoje sabemos que de HD não tinham nada, resolução de 852x480. Mas na época era o que se tinha de melhor.

Mais recentemente os cinéfilos passaram a ter acesso às novas mídias BluRay. Também inteiramente digitais, com qualidade denominada FullHD, áudio envolvente, interatividade. Os padrões evoluíram muito, e permanecem evoluindo. Detalhe: a velocidade de oferta das novidades tecnológicas vem diminuindo progressivamente.  O que era a melhor imagem, p.ex. 1080p (1920x1080) já será superado pelo padrão 4K (3840x2160), em vias de se tornar comercialmente viável. E já se testa o padrão 8K. Soa como algo sem fim, ou melhor, sem limite visível.

Bem, voltando mais uma vez à videoteca, o cinéfilo evidentemente também vem procedendo a atualização de sua videoteca com o upgrade de seus títulos preferidos para o padrão BluRay FullHD. Com o crescimento da oferta, tanto os aparelhos, todos com conexões digitais padrão HDMI (áudio e vídeo digital na mesma conexão), como as mídias vem apresentando redução contínua de preços, viabilizando a universalização do uso.

ET, desde o advento da digitalização do conteúdo proporcionada primeiramente pelos CDs/DVDs, várias videotecas vem sendo mantidas em arquivos inteiramente digitalizados. Há diversos softwares, tanto para conversão como para reprodução, que atendem todas as necessidades possíveis. Certamente um bom assunto para outro post, onde a manutenção do acervo das videotecas ganhará destaque. Até lá.

Saudações cinéfilas,

Alex

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